CAFÉ QUALIDADE PARANÁ ENTREGA COTAS DE PATROCINADORES
A organização do concurso Café Qualidade Paraná 2020 finalizou a entrega das cotas dos lotes finalistas às entidades que patrocinam o certame. Em virtude da pandemia, nos dois últimos anos essa distribuição — que é feita em cerimônia oficial, muitas vezes com presença do governador do Estado — foi realizada de forma individual.
“Parceiros valiosos, os patrocinadores possibilitam alto nível de premiação aos finalistas, abrem boas oportunidades de negócios aos cafeicultores e permitem aos consumidores experimentar a bebida do Paraná”, afirma o economista Paulo Sérgio Franzini, secretário-executivo da Câmara Setorial do Café e coordenador da comissão organizadora do concurso.
Na última edição do certame, a 18ª, Juarez Colatino de Barros, de São Jerônimo da Serra, e Shigue Kuwano Sera, de Congonhinhas, venceram nas categorias cereja descascado e natural, respectivamente, após disputa com mais de 300 cafeicultores do Estado.
A premiação foi realizada no mês de outubro, em evento transmitido online. Ali, a organização do concurso, por intermédio dos patrocínios, garantiu a compra dos lotes vencedores por R$ 2,2 mil a saca, valor 216% superior ao registrado à época na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Também os demais finalistas, até o quinto lugar, obtiveram um bom acréscimo no valor de seu produto.
Uma vez adquiridos, esses lotes são destinados ao processamento de uma edição exclusiva e limitada de cafés, feita em parceria com o Grupo Dois Irmãos, de Santo Antônio da Platina. A embalagem leva os nomes dos produtores premiados e a logomarca de cada patrocinador.
A edição 2020 do Café Qualidade Paraná teve como patrocinadores o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Federação de Agricultura do Paraná (Faep), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), a Integrada Cooperativa Agroindustrial, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e o Sistema Ocepar.
“Este concurso é um movimento de valorização dos atributos do café do Estado”, aponta o secretário estadual de agricultura e abastecimento Norberto Anacleto Ortigara.
Incentivo
Concurso Café Qualidade Paraná dá visibilidade às virtudes do café paranaense e estimula os cafeicultores a buscar produzir grãos superiores, objetivo também almejado pelos patrocinadores.
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, lembra que, apesar de não figurar mais entre as grandes áreas de plantio, o produto do Paraná vem se destacando pela qualidade. “O Concurso Café Qualidade Paraná veio com esta missão, desafiar os produtores para que, cada vez mais aperfeiçoem suas técnicas de cultivo e produzam dentro de padrões de qualidade exigidos pelos principais mercados e consumidores mundo afora. É um privilégio poder contribuir para o desenvolvimento desta cultura tão importante para o nosso estado” assinala.
A predominância da agricultura familiar, uma das principais características da cafeicultura paranaense, é destacada pelo diretor-presidente da Integrada Cooperativa Agroindustrial, Jorge Hashimoto. “Temos muito orgulho em patrocinar o Concurso Café Qualidade Paraná. Faz parte dos nossos valores apoiar os pequenos cafeicultores, e o concurso é a oportunidade para que eles tenham acesso à tecnologia, melhoria da qualidade e maior renda. Café é uma atividade que vem sendo reduzida no Paraná e por isso há necessidade de incentivos para que os cafeicultores consigam se manter nas propriedades”, afirma o dirigente cooperativista.
O consultor Odemir Capello, ligado ao Sebrae/PR, ressalta o trabalho das entidades em busca de consolidar a produção de grãos superiores. “Temos trabalhos com indicação geográfica e cafés especiais e o concurso é muito importante para o setor. Há ainda uma quantidade muito grande de propriedades que se dedicam ao café no Paraná e essa parceria reforça nosso trabalho”, conclui.
Participação
O concurso é aberto a cafeicultores de todas as regiões produtoras do Paraná, que podem inscrever lotes de uma a cinco sacas de 60 quilos nas categorias cereja descascado ou café natural.
Denomina-se cereja descascado o café maduro em que se retira a polpa do grão com o objetivo de deixar o produto por menos tempo no terreiro. No café natural, vai para secagem o grão inteiro.
Esses lotes passam incialmente pelo crivo de uma comissão de classificadores, que fazem a avaliação física dos grãos com base na Classificação Oficial Brasileira (COB).
Os aprovados seguem para o teste de xícara. Utilizando a metodologia SCA (sigla em inglês para Associação de Cafés Especiais), uma comissão de provadores avalia aroma, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente e balanço da bebida para selecionar os cinco melhores em cada categoria.
A escala da metodologia SCA vai até 100. Cafés que pontuam acima de 80 são considerados da categoria especial.
Na edição agora entregue aos patrocinadores, o vencedor da categoria cereja descascado, Juarez Colatino de Barros, de São Jerônimo da Serra, obteve nota 88,41. Já o lote da produtora Shigue Kuwano Sera, de Congonhinhas, alcançou 87,66 pontos concorrendo na categoria natural.
Próxima Edição
Interessados em participar da edição 2021 do Concurso Café Qualidade Paraná podem se inscrever até 4 de outubro. Mais informações na página www.cafequalidadeparana.com.br ou nas unidades municipais do IDR-Paraná.
Reportagem: Edmilson Liberal
Fonte: https://bit.ly/3uUCdUy